terça-feira, 24 de maio de 2011

REVIEW DA SEASON FINALE!

Welling as Superman in the Smallville Series Finale

O homem. O herói. A lenda. O começo. Há 10 anos, iniciava a mais audaciosa produção de TV já vista. Com surpreendentes efeitos especiais, Smallville se tornaria a série mais lucrativa da Warner Bros. até hoje, arrecando milhares de fãs pelo mundo. Com um início simples e ingênuo, a série contava a história do maior super-herói de todos. Mas longe ainda de ser aquele universalmente conhecido pelo colante azul e capa vermelha. O que mais chamava a atenção (principalmente nos jovens) era um adolescente vindo de outro planeta que estava destinado a ser o maior super-herói do mundo, mas que tinha os mesmos problemas e conflitos que qualquer jovem tem: medo, insegurança, crises românticas, crises de identidade, etc. Talvez isso tenha sido o fator que mais aproximou aqueles que nunca ouviram falar de um tal de Superman, pela série. Mas acima de tudo, Clark Kent foi criado por um gentio casal de fazendeiros, que o ensinaram os valores e a ética moral, somado a isso, a amizade de seus fieis companheiros, como Chloe Sullivan, Pete Ross, Lana Lang, Jimmy Olsen, Lois Lane e, por que não, até Lex Luthor, que de uma forma ou de outra, o ajudaram a se tornar quem ele estava destinado as ser.

10 anos se passaram. Muita coisa mudou. Após todos os testes e todas as experiências, Clark Kent finalmente está pronto para se tornar o Homem de Amanhã, aquele que as pessoas olharão para cima e verão a luz, como um sinal de esperança.
...E AGORA O EPISÓDIO FINAL DE "SMALLVILLE"!

Confesso a vocês que nem sei como escrever esta resenha. Após tantos anos da minha vida dedicado à essa série, tantas emoções proporcionadas por ela, fica difícil escrever sobre o último episódio, aquele que encerra uma década de histórias vividas, tanto pelo Homem de Aço como por nós, fãs. Então, este Review é, ao mesmo tempo, uma pressão e a coisa mais difícil que já escrevi até hoje. No entanto, tentarei demonstrar um pouco o que ele significou para mim.

Superman sempre foi o meu personagem preferido. Quem me conhece pessoalmente, sabe o quanto sou fã dele, e de "Smallville". E após 10 anos da minha vida, dedicados à jornada do Último Filho de Krypton, sempre esperei que o episódio final fosse o melhor produzido até hoje. Infelizmente, no decorrer dos anos, o canal de TV da WB fechou, e ai começaram os nossos problemas, pois a série passou para a The CW (subsidiária da WB), onde a maior parte dos recursos foi cortado, eliminando toda aquela hiper-mega-superprodução da 1ª metade da década de "Smallville". A queda na qualidade foi visível, com efeitos especiais limitados (as que mais sofreram com isso foram a 8ª e a 10ª Temporadas). E querendo ou não, isso prejudicou e muito a série, visto que a mesma já não podia apresentar o mesmo potencial de antigamente. E justamente nesta última temporada, que era para ser a melhor, lesaram o capítulo final da história de Clark Kent, onde histórias que necessitavam de uma maior ação, deixavam a desejar por baixo recurso. E meu maior medo com isso era a tão aguardada "Finale".

Felizmente, o escolhido para dirigir este épico foi Greg Beeman, o melhor diretor que já pisou em "Smallville", tendo realizado alguns dos melhores episódios da série, como "Commencement" (um show de efeitos especiais na história da TV!) - o épico final da 4ª temporada - e o memorável 100º episódio da série, "Reckonning", um dos mais marcantes na história de Smallville. Tendo se afastado da produção após a 5ª temporada, Beeman retornou, à convite, para dirigir o final da 9ª temporada, "Salvation", e agora (particularmente, para minha alegria) foi o escolhido para dirigir o fim dessa saga. E querem saber? O cara tirou leite, água, refrigerante, tudo isso e mais da pedra...

Após uma 10ª temporada fraca e medíocre (desculpe os fãs Clois que gostaram - porque só teve isso mesmo ¬¬), tivemos uma excepcional conclusão da série. Teve falhas sim, e confesso, que no início, fiquei muito frustrado por não mostrarem Tom Welling inteiramente vestido com o uniforme de Superman. Revi várias partes do episódio inicialmente e quase não assisti o episódio completo, tamanha indignação e decepção que eu estava. Contudo, após uma década da minha vida acompanhando quase que religiosamente a série, eu precisava ver o final, afinal de contas.
E, em meio a toda a tensão imposta e o ritmo frenético de "fim da história", eu acabei apreciando um dos melhores episódios da série e, consequentemente, fiquei feliz com o resultado final. Não era o que eu queria, esperava mais, mas ainda assim, valeu.

Todas as participações especiais estavam excelentes. Martha (Annete O'Toole) e o fantasma de Jonathan Kent (John Schneider) foram a carga emocional do episódio, provando mais uma vez que, de todos que passaram na vida de Clark, o casal Kent foi a maior força por trás de quem ele é hoje. Teve Chloe Sullivan (Allison Mack) e eu gostei dela nesse episódio, pois me fez lembrar daquela Chloe que eu gostava nas primeiras temporadas - nada de durona e cheia de invenhocas - mas aquela moça simples e sorridente, a melhor amiga do herói. E o final dela foi simples, mas bem legal. Lionel Luthor (John Glover) voltou para nos assombrar uma última vez, mais sanguinário e maligno do que nunca, disposto a tudo para ressussitar seu filho, nem que para isso tivesse de matar sua outra filha. E o desfecho do personagem no episódio também ficou bacana, apesar de não ser o que ninguém esperava. Até Aaron Ashmore retornou numa participação rápida como Jimmy Olsen - dessa vez, o verdadeiro! E Lex Luthor (Michael Rosembaum) retornou triunfante, para selar de uma vez por todas o início da eterna rivalidade entre ele e Clark.

Todos os personagens, sem exceção, tiveram ótimos desfechos.

Lionel Luthor (da Terra-2): Ok, ele pode ser de uma realidade paralela, mas John Glover é o mal encarnado. Seu personagem na série foi um dos mais queridos, mais bem trabalhados e, possivelmente, o maior vilão de toda a série. E se a versão original se redimiu e morreu bonzinho, a sua versão paralela conseguiu ser ainda mais cruel, mais frio e sanguinário. Numa Terra, onde ele era o tirano que governava a todos através do medo, sem ter limites, ao chegar à nossa realidade, se mostrou ainda mais descontrolado, fazendo de tudo para ressusscitar Lex Luthor e destruir Clark Kent. Nem que para isso ele tivesse que matar sua filha bastarda, Tess. Após seu encontro com Darkseid no final de "Scion", já era previsto que poderia haver um 'pacto com o Diabo' e o personagem morrer. E o que aconteceu foi bem parecido com o que eu imaginei, só não esperava ver Lionel como o receptáculo de Darkseid. Após levar um tiro de Tess, Lionel rasteja até a câmara de Lex e então aceita a oferta do lord sombrio, em troca da entidade ressussitar Lex. E a cena a seguir foi uma das mais violentas da série (o SBT vai cortar, ah vai!), com Drakseid arrancando fora o coração do patriarca Luthor. Já possuído, o Lionel/Darkseid se apresentou para Clark, justamente num dos momentos cruciais do episódio e da jornada de Clark: quando este, finalmente, aprende a voar e assim derrota o vilão. Para quem achou que Clark o derrotou muito facilmente, eu acredito na seguinte hipótese: como o próprio vilão disse, Clark é A LUZ que poderia dissipar as trevas, e, diferente do início da temporada, ele amadureceu e se tornou o que estava destinado a ser. Assim, Clark, na verdade, afugentou a escuridão que possuíra Lionel, como se ela se dissipasse ao ser tocada pela alma pura do Homem de Aço. Então, Darkseid, perdeu essa batalha, mas ele não foi destruído, cabendo isso mais futuramente, quando ele e Superman se encontrarem de novo.






Jonathan Kent: A relação entre pai e filho foi uma das forças-motoras da série, logo em suas primeiras temporadas. Era algo único ver a família Kent unida, os conselhos, os abraços. E a morte de Jonathan mexeu profundamente com Clark, sendo que desde então ele perdera sua maior força, a base que o guiava. Ainda assim, Clark nunca esqueceu os ensinamentos de seus pais, sendo estas lições que o definiram e o ajudaram a se tornar o homem que é hoje. A participação do fantasma de Jonathan nessa temporada, ajudou a trazer um pouco daquela emoção vívida nas primeiras temporadas. Não houve quem não se emocionou com a aparição dele no final de "Lazarus". E seu retorno em "Finale" foi um momento mais que especial, foi significativo. Desde a presença dele no casamento ou o último diálogo entre eles no celeiro da fazenda, com o mundo prestes a colidir com Apokolips. Porém, a cena mais marcante foi, com certeza, o ápice da jornada do Homem de Aço, quando é o fantasma de Jonathan, na Fortaleza, que entrega o uniforme para o filho. Esse era um sonho de John Schneider, e os produtores o realizaram, numa das cenas mais belas do episódio. Aliás, todas as cenas em que o fantasma de Jonathan apareceu, foram marcantes. E é esse amor constante que guiará Clark a vôos ainda mais altos.

Chloe Sullivan: A melhor amiga de Clark Kent já foi de tudo nessa série - repórter estudantil, estagiária do Planeta Diário, psicóloga de infectados, comandante da sala de controle da Torre de Vigilância, e brevemente a Srª Destino. Mas foi a sua simplicidade, inocência das primeiras temporadas que me cativaram. Não é segredo pra ninguém aqui que não gosto da personagem, já faz anos. E desde a 8ª temporada, ele perdeu completamente o meu respeito. Mas, parece que os produtores quiseram honrar a personagem, aproximando-a de sua essência original e deram a ela um belo final. Como madrinha de casamento, Chloe impediu que Clark perdesse seus poderes e, mais tarde, vimos seu futuro, uma vida tranquila, ao lado de Oliver e seu filho, para quem ela agora contava a história de "Smallville" - uma linda cena que homenageou tanto a série em si, quanto os fãs dos quadrinnhos.




Oliver Queen: É visível que o Arqueiro Verde teve um maior destaque nessa temporada, inclusive, acho que a maior parte das cenas de ação, foram protagonizadas por ele. O playboy sempre foi impulsivo, e nessa temporada, ele deixou seu lado sombrio aflorar, mediante a ausência de Chloe. Com isso, ele acabou infectado pelo símbolo Ômega, uma marca dos servos de Darkseid. Apesar de sua busca desesperada em reverter a marca, o herói acabou dominado pela escuridão e assim foi incubido pela trindade profana (Desaad, Vovó Bondade e Gordon Godfrey) de tirar os poderes do Escolhido, através de um anel feito de kryptonita dourada. Durante o último episódio, vimos cenas que alternaram entre momentos de amizade e o confronto entre Clark e Oliver. A "luta" entre eles na igreja, mostrou também a força da sua amizade. Clark tentando salvar Oliver, acreditando nele até o último segundo, e assim libertando o amigo desse mal. É esse impacto, essa amizade, que fará deles companheiros na luta contra o mal futuramente. Sua cena final com a trindade profana gerou algumas críticas, com muitos apontando o fato dele "matar" 3 seres poderosos apenas com flechas. Bem, assim como o final que eu citei para Darkseid, o mesmo se aplica aos seus asseclas: eles não "morreram", apenas os corpos que eles possuiam foram destruídos, e suas essências malignas fugiram, assim como Darkseid para...Apokolips(?)











Lex Luthor: A série não poderia encerrar sem a presença ilustre do principal arqui-inimigo do maior dos super-heróis. O que começou com uma amizade, acabou corrompida no decorrer dos anos, até finalmente se tornar numa das maiores rivalidades das histórias em quadrinhos. E seu retorno não poderia ser de forma mais sinistra, sendo ressussitado através de um pacto entre Lionel e Darkseid, que arrancou o coração do patriarca Luthor e o possuiu. O reencontro entre os ex-amigos selou para sempre a eterna rivalidade entre eles. Curioso que Lex aceitou Clark como o Salvador da humanidade, mas também aceitou que ele então seria seu maior inimigo, e tudo porque ele menosprezava o fato de Clark ser tão poderoso e não se utilizar disso para proveitos maiores. Porém, como Clark disse, ele sempre estará lá para deter o careca! Contudo, talvez, a cena mais grandiosa do vilão, tenha sido seu encontro com Tess, que culminou com uma morte trágica, mas que já era prevista há muito tempo. A fórmula que os produtores usaram para fazer com que Lex perdesse suas memórias pós-chuva de meteoros, e assim esquecendo o segredo de Clark, não foi das mais convincentes, mas...a essa altura, era o que menos me importava. E, por fim, tivemos um vislumbre do futuro, com Luthor sendo presidente dos EUA, mais uma referência aos quadrinhos.











Tess: Assim como Chloe e Lionel, foi criada exclusivamente para a série, apesar de inspirada em outras personagens da mitologia dos quadrinhos. E como aconteceu com a loirinha, Tess foi explorada de todas as formas na série, sendo (em seu passado, uma inocente bióloga), presidente da LuthorCorp e editora do Planeta Diário, agente da Xeque-Mate, substituta de Chloe na Torre de Vigilância, uma Fúria e, por fim, filha bastarda de Lionel Luthor. Uma coisa que sempre permaneceu foi sua ambiguidade. Mesmo agindo em favor da humanidade (do ponto de vista dela), era inicialmente uma vilã, posteriormente se redimindo e tornando-se aliada de Clark. E repito aqui: sempre gostei da personagem, mas foi na 10ª temporada que ela brilhou de verdade. Gostei muito desse lado bom dela, foi muito bem trabalhado, garantindo ótimas cenas dela. E tudo isso por influência de Clark. E apesar de várias vezes, ela se ver contra a parede, em momentos com Lionel Luthor ou Vovó Bondade, ela permaneceu intacta, prevalecendo sua lealdade a Clark. E quando encontrou Lex, não foi diferente - mesmo isso tendo custado a sua vida. Foi uma cena triste, mas serviu para (mais uma vez) me fazer sentir orgulho da personagem. Teve um final trágico, mas com dignidade.




Lois e Clark: Depois de altos e baixos, o casal mais famoso e icônico dos quadrinhos subiu ao altar. Mas, isso é "Smallville" e não poderia haver um casamento, sem complicações, não é!? O casamento ficou sub-entendido, deixando em aberto se eles realmente casaram oficialmente. Mas o que conta é que eles permaneceram juntos, e no futuro, continuaram lá, um para o outro. Não esperava nada mais. Muito bom.








Clark/Superman: Enfim, a hora mais esperada dos fãs, em 10 anos de série. Nunca uma adaptação do herói ousou tanto quanto esta, mostrando heróis e vilões da mitologia, que muito provavelmente jamais aparecerão nas telas. Mas a jornada de Clark Kent chegou ao fim...ou melhor, ESTA jornada. Pois uma nova se inicia, e com ela, o grande ápice do herói. A cena dos flashbacks mostrando cenas das temporadas anteriores, com o jovem kryptoniano realizando salvamentos ficou muito boa. Uma linda homenagem aos 10 anos de "Smallville"! E com isso, chegou ao fim o último teste para Kal-El cumprir seu destino na Terra. O último passo foi dado. Sua atitude, caráter e determinação diante do Mal Encarnado (Darkseid) provou que, enfim, ele estava pronto para ser o símbolo de esperança das pessoas. Um dos momentos mais aguardados na série: Clark Kent aprende a voar e com isso, derrota o Mal. A cena da posse do uniforme não poderia ser mais honrosa. Após Jor-El elogiar o filho, é o fantasma de Jonathan que entrega o uniforme, numa das cenas mais lindas de toda a série. E com o uniforme nas mãos, Clark Kent dá seu último passo para se tornar o maior super-herói de todos. Com um impulso, ele alça vôo, transformando-se no SUPERMAN. A cena do Homem de Aço salvando o avião onde Lois estava, lembrou muito o filme "Superman - O Retorno". Mesmo mostrando o herói de longe, foi possível ver a magnitude desse herói, que mexe com o imaginário das pessoas há mais de 70 anos. E Smallville ajudou a proporcionar a mais linda homenagem feita a ele, fora dos quadrinhos. E, enfim, o Superman (estou adorando usar esse nome!) salva o mundo, impedindo o Apocalipse e empurrando o planeta de Darkseid para o espaço, arrancando os aplausos dos cidadãos, que vêem o nascimento de seu maior herói.
























A cena do Superman, no espaço, olhando para a Terra também lembrou o filme citado e, quase, pudemos ver Tom Welling no uniforme - no exato momento em que a câmera corta para o gibi que Chloe estava lendo para o seu filho, 7 anos no futuro.

E pra quem tinha receio que "Smallville", no final, fosse só uma história de quadrinhos, se enganou, pois tudo continuou como era, apenas o Superman se tornou conhecido mundialmente, como a Legião e o Dr. Destino já haviam dito. E a cena final, com o icônico Clark Kent indo para o terraço do Planeta Diário, ao som da clássica música de John Williams, e então correndo para se transformar no Superman, fez-nos acreditar mais uma vez que o homem de pode voar.







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