Acordar desnorteados e sem poderes fez nossos heróis questionarem mais do que eles desejariam saber ou imaginar. Loucura, desconfiança e incertezas caminharam ao lado deles enquanto eram guiados em um mundo virtual por alguém que poderia ser a única a saber como livrá-los, ou a entregá-los de uma vez por todas à perdição.
Num mundo de sonhos Oliver Queen questionou a própria sanidade quando se recusou a aceitar o que seus instintos lhe mostravam como verdade, uma traição, de uma pessoa que, muito antes de entrar em seu coração, ganhou seu respeito e sua amizade. E, talvez disso nasceu a confiança que o fez saltar do alto de um prédio, não sob um céu de vanilla, mas sobre o portal que o levaria de volta para casa. No mundo real, as lições que aprendeu ao se deparar com uma antiga deusa apaixonada o levaram a aceitar que o amor pode não ser eterno, posto que é chama, mas pode ser infinito no tempo que durar o seu encantamento – e aqui peço licença para citar outra crônica desta temporada, mas o momento é certo.
Dinah Lance levou suas desconfianças reais para o mundo virtual. E quem pode julgá-la? Certamente, eu não. Em algumas aparições num episódio dividido com outras estrelas e heróis, Lance mostrou porque vai chegar ao topo da Liga, que pra ela já é muito importante, além de circular e integrar outros grupos de heróis. Os questionamentos e as dúvidas de Lance revelam um comprometimento com o bem maior acima de tudo, e maior do que muitos dos outros, pois não importa a traição ou o traidor, o que ela defende é mais valioso.
Com a precisão de quem conhece os passos da caça, Chloe Sullivan se mostrou uma habilidosa caçadora, usando suas informações como uma arma poderosa e tratando-as com a responsabilidade de quem aprendeu a lição à duras penas. Com isso, Sullivan neutralizou alguns de seus inimigos e ajudou seus amigos num momento crucial. Mas nem assim ela deixa de ter o travo amargo de saber o que está por vir e de saber que, mesmo compartilhando da companhia dos amigos e da família que ela ama, isso vai ser apenas um momento no tempo, que seu futuro e seu destino não segue a mesma estrada que a deles.
Clark Kent foi o mais relutante de todos a aceitar que seus sentidos estavam lhe pregando sucessivas peças, que nada do que ele via, ouvia e sentia era real. Mas no fundo, seu coração conhecia a verdade, e quem melhor para entrar em seu coração do que Lois Lane? Quem melhor do que ela para lhe mostrar o quão grande e sensatos são seus sentimentos, mesmo quando acorrentados à mágoa de ter sido abandonado por uma amiga sem ao menos uma explicação, por minima que fosse? Lois Lane conhece como ninguém o coração de Clark Kent, mais até do que ele mesmo, e foi a chave perfeita para abrir o mundo da realidade. E, mais uma vez, com Lois nos braços, Clark saiu do chão, tirando da sua própria mente as travas que o prendem ao que o mundo e os instintos julgam possível, e percebendo que sua própria existência é uma contestação ao possível e um convite ao mundo onde as possibilidades não estão acorrentadas dentro de nós mesmos.
Mas, o Bardo disse uma vez que somos feitos da matéria dos sonhos, que nossas vidas pequeninas são cercadas pelo sono, e Lois Lane nos lembrou de que o único jeito de conhecermos a verdade é fecharmos os olhos e os ouvidos e termos fé.
por Chloe Sullivan
Tradução
Nenhum comentário:
Postar um comentário